Nos últimos dias, a Galy, startup fundada pelo brasileiro Luciano Bueno, levantou US$ 33 milhões. Apesar da cifra ser impressionante, o que chamou a atenção foi quem participou dessa rodada:

• Breakthrough Energy Ventures, fundo criado por Bill Gates, que tem Jeff Bezos, Michael Bloomberg e Richard Branson como investidores;
• H&H Group;
• Inditex, dona Zara.

O motivo do interesse: A empresa — sediada nos EUA — está desenvolvendo um “algodão de laboratório” que usaria 99% menos de água e emitiria 77% menos de CO₂ em relação ao cultivo tradicional.

Além disso, consegue ser produzido em cerca de 18 dias, o equivalente a 10% do ciclo agronômico da fibra convencional.

Para isso, a startup extrai uma amostra do algodão real e a coloca junto a uma solução com hormônios e nutrientes. Logo, essa “mistura” é levada a biorreatores e depois tem suas células manipuladas para serem transformadas em fibra de algodão.

Por que isso importa? Aproximadamente 50% de todos os têxteis são feitos de algodão, e sua produção é o ganha-pão de mais de 250 milhões de pessoas em todo o mundo.

No entanto, seus métodos de produção de algodão são ambientalmente insustentáveis, o que compromete a capacidade da indústria de manter a produção futura.

Segundo Bueno, a agricultura convencional deve enfrentar uma maior volatilidade com o passar do tempo, uma vez que condições climáticas extremas estão cada vez mais frequentes.

Uma longa jornada adiante. A empresa ainda produziu pouco menos de 1kg de algodão e vai usar esse boost financeiro para acelerar o processo e ter alguns quilos desenvolvidos no próximo ano.

PS: A rodada anterior, de US$ 26 milhões, contou com a participação de nomes como John Doerr e Sam Altman. Isso, sim, que é moral. risos.