Splash: A história por trás da cafeteria não tradicional
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Splash: A história por trás da cafeteria não tradicional
Redação
10 abril 2024Última atualização: 11 abril 2024
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🧐 Conheça a Splash
A Splash é uma casa de bebidas que atende o público em todos os horários do dia e em todas as épocas do ano.
Seu modelo de negócios foi desenhado para oferecer desde o cafezinho clássico — sem açúcar, de preferência — até açaí e salgados. Mas o grande carro-chefe da casa é o Fraplash, uma mistura de frappé com milkshake.
A Splash opera no modelo de franquias, disponibilizando diferentes formatos que se adequam a vários ambientes como shoppings, faculdades, outlets, prédios comerciais e unidades de rua.
🛣 Como tudo começou
O casal capixaba Brunna Farizel e Lucas Moreira são empreendedores de longa data. Quando tinham seus 20 anos, montaram uma empresa de comunicação e, nas palavras de Moreira, “fizemos tudo que tínhamos que fazer de errado”.
No entanto, o negócio não tomou o rumo esperado e encerrou as operações. O casal, por sua vez, decidiu mudar de ares e foi para São Paulo em 2010.
A decisão foi acertada e ambos fizeram carreira em seus devidos setores. Brunna no mercado de móveis de luxo e Lucas com franquias, com passagens na maior consultoria do segmento e na Cacau Show.
Em 2017, no entanto, o casal estava se preparando para ter sua primeira filha e viu que sua rotina atual de trabalho não era a mais apropriada. Para eles, a solução era empreender.
Além disso, um curso de Abílio Diniz tirou qualquer tipo de dúvida sobre a decisão que os dois estavam prestes a tomar. A frase que mais marcou o casal foi: “É importante equilibrar todos os pratos (família, espiritualidade, trabalho e saúde)”.
Ao avaliar o mercado, observaram que o segmento de cafeterias não tinha nenhuma marca muito relevante em números de lojas.
Ainda assim, o mais importante para eles era que encaixasse nestes 3 pilares:
Que fosse fácil de se trabalhar;
Que vendesse o ano inteiro — não fosse sazonal;
Que pudesse estar em cidades de interior.
Eis que, no dia 6 de abril de 2018, em plena Avenida Paulista, sem investimentos externos, Brunna e Lucas inauguravam a primeira unidade da Splash.
A data, inclusive, foi escolhida porque um amigo do casal se casaria no dia seguinte. Ou seja, seus conhecidos e familiares que eram do Espírito Santo estariam em São Paulo naqueles dias.
Detalhe: Só o irmão de Lucas e a irmã de Brunna sabiam sobre o empreendimento.
Os dois, então, marcaram um happy hour para anunciar a todos sobre a Splash.
O nome veio da ideia que sempre existe algum tipo de respingo (splash) quando se trabalha com líquidos, seja ao colocar o gelo em alguma bebida ou quando leite é colocado em uma xícara.
🐻 O urso, incluído no logo da marca um ano e meio depois, foi escolhido por ser um dos poucos animais que se adapta bem ao calor e ao frio.
A fase inicial da operação
Por estarem localizados perto do metrô e de um cursinho, o panfleto foi uma das formas mais utilizadas para atrair consumidores, oferecendo promoções sempre que possível.
Assim como boa parte dos empreendedores, os desafios iniciais foram captar os recursos suficientes para entender a demanda e a escala.
“O maior desafio é capital de giro,” comenta Moreira. “O maior desafio é você ter a capacidade financeira para se manter, especialmente os primeiros meses, para assim partir para a próxima fase [do negócio]."
Em 2019, com exatamente um ano de operação e 5 unidades — todas na região metropolitana de São Paulo —, o casal recebeu seu primeiro aporte de R$ 1,5 milhão.
Ao final do ano, a Splash já tinha 15 lojas em operação, sendo uma delas no RJ e outra no ES.
Em fevereiro de 2020, a empresa ganharia um novo sócio: Rogério Salume, fundador da Wine, maior clube de vinhos do mundo.
Pandemia e a virada de chave 🦠
Se, por um lado, o confinamento imposto pela pandemia prejudicou a circulação de pessoas, por outro, ele impulsionou o delivery.
Para a “sorte” da Splash, todas as suas unidades já disponibilizavam esse tipo de serviço antes mesmo da chegada do COVID-19. Logo, nenhuma teve que fechar.
“Nossas lojas funcionaram todos os dias por delivery,” comentou Moreira. “[Conseguimos cobrir] os custos de funcionários e aluguel. Não tínhamos tanto lucros, mas nos mantínhamos.”
Aí que veio a ideia fora da caixa. Em março de 2020, Brunna e Lucas decidiram escrever um livro contando suas trajetórias empreendedoras. Ele foi concluído em 7 dias ou, nas palavras de Moreira, “em 7 madrugadas”. risos.
Intitulado “Pra Cima”, o livro ainda contou com comentários de grandes nomes do mundo dos negócios como Abílio Diniz, José Carlos Semenzatto e Luiza Helena Trajano.
Logo em seguida, os dois foram chamados para participar de várias matérias na televisão como, por exemplo, Jornal da Band.
O resultado disso foi a venda de franquias durante todos os meses a partir de abril — em outubro, inclusive, chegaram a vender 15.
By the numbers: A Splash fechou 2020 com um crescimento de cerca de 40% em relação ao ano anterior.
Sabrina + Splash: As vantagens do media for equity 🤑
Em 2022, a empresa começaria um “namoro” com Sabrina Sato e sua família.
“A gente estava buscando um rosto famoso entrar como sócio,” comentou Moreira. “Ficamos um ano conversado com eles e, em 2023, acertamos com a Sabrina no modelo media for equity”.
Explicando:Media for equity, geralmente, é quando se troca um % de uma empresa pela imagem e audiência de uma celebridade. Na prática, em vez de pagar a celebridade em dinheiro por uma #publi, paga-se com equity, tornando-a sócio do negócio.
No caso da Splash, a parceria foi muito além da figura de Sabrina Sato — a família da apresentadora possui uma agência de influenciadores digitais e famosos.
O resultado da parceria foi quase que imediato. Isso porque, pouco tempo depois, a empresa recebeu um aporte do fundo de investimento Oriz.
Para Moreira, ser vinculado a Sabrina trouxe credibilidade para a Splash, especialmente na hora de negociar a venda de uma franquia.
O motivo: O pensamento, mesmo que inconsciente, das pessoas é que alguém do “tamanho” da Sabrina nunca se associaria a uma empresa se ela não fosse confiável e de qualidade.
Já falando da atenção que uma celebridade gera, o fundador gosta da trazer o exemplo do “Dia do Café” de 2023.
Para a ocasião, Sabrina gravou um vídeo convidando as pessoas a irem na Splash que “o café era na conta dela”, que era só chegar em uma unidade e pedir o “café da Sabrina”.
Segundo o fundador, a estratégia “bombou” não só no interior como nas grandes capitais.
“O impacto de uma famosa como ela é imediato”, diz Moreira. “Nós soltamos um vídeo um dia e, no dia seguinte, as lojas estavam cheias. O faturamento cresceu mais de 50% naquele dia.”
Produtos e o Futuro da Splash 🥤
O “Fraplash” é o carro-chefe o ano todo e representa 40% do faturamento da empresa. Inclusive, ele é o produto com qual são feitas as parcerias com marcas como Ovomaltine, KitKat, Galak, Negresco etc.
O café, por sua vez, é um dos mais importantes pelo volume de vendas.
Fora das bebidas, um produto que demorou para entrar no cardápio foi o açaí. Hoje, nas palavras do fundador, “ele é indiscutível, em termos de surpresa, um dos produtos que mais vende na rede”.
Fechando o mix de produtos, a Splash conta com salgados — liderados pela coxinha a base de batata — e doces, com menção especial aos donuts.
Na última semana, inclusive, foi lançado uma nova bebida, que combina o “Fraplash” e o Capuccino, produto mais vendido no inverno, para comemorar os 6 anos da companhia.
Em 2024, a empresa já está crescendo 45% na comparação ano a ano e projeta finalizar o ano com 110 unidades espalhadas pelo Brasil — o casal ainda tem 2 lojas próprias. A Splash possui uma equipe administrativa de 18 pessoas.
Ah… No papo com o time do the bizness, Moreira disse, em primeira mão, que está finalizando os trâmites para dar o primeiro passo para a expansão global da marca, começando por um país da Europa.
Para Moreira, o maior ensinamento que ele tira de sua jornada da Splash é: “fique próximo do negócio e não deixe que outras energias te suguem”.