Aiqfome: De interior em interior para se tornar o 2º maior app de delivery do Brasil
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Aiqfome: De interior em interior para se tornar o 2º maior app de delivery do Brasil
🧐 Conheça o Aiqfome
O Aiqfome é uma plataforma completa para restaurantes que oferece desde a gestão do estabelecimento até uma central de pedidos integrada, repassando tanto as solicitações recebidas dentro do app como também de outros canais como WhatsApp.
A empresa possui um modelo chamado ganha-ganha, repassando taxas menores para os restaurantes e parceiros, resultando em um preço mais acessível dos produtos oferecidos para o usuário final.
Um dos diferenciais do Aiqfome para outros players do setor é sua preocupação com toda a cadeia, visando dar visibilidade aos estabelecimentos para facilitar a escolha do cliente.
🛣 Como tudo começou
Por serem os irmãos mais velhos de suas famílias, Igor Remigio e Steph Gomides eram os responsáveis por pedir comida em suas respectivas casas, tarefa que não gostavam de fazer, mas ninguém nunca se voluntariava para realizar isso em seus lugares.
Mais tarde, durante uma visita aos Estados Unidos em 2001, Steph descobriu que as franquias de restaurantes, como McDonald's, tinham seus próprios sites para que os clientes pudessem fazer seus pedidos.
Ela chegou a testar o modelo, mas observou que a experiência era muito ruim, até porque era preciso fazer um novo cadastro e logar no site de cada restaurante.
No Brasil, algum tempo depois, Steph recebeu uma visita de seu tio americano que a relembrou da existência dos sites.
Naquele momento, surgiu a ideia de juntar os restaurantes em uma única plataforma de delivery na qual o usuário pudesse comprar em todos com apenas um login e uma senha. No final do ano seguinte, nasceu o Aiqfome na cidade de Maringá, interior do Paraná.
🏃 Os primeiros passos
No início de 2008, o jeito foi sair vendendo o negócio, mas existia um grande desafio: a velocidade da internet naquele momento.
“À época, 50% da população brasileira tinham internet discada”, disse Remigio, CEO da empresa. “Se você puxar para o nosso contexto, que começamos no interior do Paraná, era quase 100%. Só quem tinha muito dinheiro conseguia pagar por ADSL e ter uma velocidade maior.”
No entanto, após visitar seus primeiros prospectos, o empresário decidiu pivotar e transformar o site de delivery em um guia gastronômico online.
Aqui, eles passaram a cobrar uma mensalidade dos restaurantes para criar, estruturar e disponibilizar os cardápios e contatos em um só lugar. Os desafios, no entanto, continuaram.
“Os restaurantes não ficavam online,” relembra o CEO. “Nós ligávamos, um por um, perguntando se eles iriam atender no delivery naquele dia. A partir da resposta, nós ativávamos manualmente o status do estabelecimento”.
Para financiar o empreendimento, além da mensalidade do guia gastronômico, também foram atendidas outras necessidades e dificuldades que os restaurantes da cidade enfrentavam, principalmente as voltadas à internet.
Eram oferecidas consultorias de gestão, desenvolvimento de produto e serviços de publicidade, auxiliando na produção de campanhas online e de materiais gráficos.
Aos poucos, o modelo de pedidos foi acontecendo e foi aí que, em 2011, eles decidiram voltar a ser um site de delivery, agora cobrando um comissionamento em cima dos pedidos.
🏃 Persistência e inovação
Segundo o Remigio, mesmo já tendo uma aceitação entre os estabelecimentos locais, ainda havia muito ceticismo na hora de convencer potenciais clientes de entrar em um negócio que, à época, em suas palavras, “era um conto de fadas”.
“O que eu ouvia dos restaurantes e comerciantes da cidade não era nem que o Aiqfome como ideia de negócios não daria certo, mas que a internet como um todo era passageira e era só para apps de namoro, tipo bate-papo UOL, ICQ, etc”, comentou o empresário.
Além disso, em muitos casos, eram os fundadores que tinham que ligar para passar o pedido ao local, praticamente como se fossem garçons virtuais.
- No entanto, ao fazer isso, eles resolveram uma dor muito grande dos restaurantes: pedidos errados. Conforme os erros diminuíam, esses estabelecimentos passaram a poder viabilizar uma operação de delivery.
Em 2012, veio uma grande sacada. Na 1ª versão do site não havia um painel para receber pedidos. Para solucionar esse problema, eles decidiram utilizar o MSN, criando um e-mail para o restaurante.
Quando chegava um pedido, o Aiqfome o mandava por e-mail e o aplicativo de mensagens notificava o restaurante, que então abria o buscador de internet para validar a solicitação.
A ideia foi um sucesso e, pouco tempo depois eles criaram a primeira versão do painel para que os estabelecimentos pudessem acessar os pedidos.
Segundo o fundador, foram muitos anos para conseguir aprovar o negócio. Ao atuar no interior, o mercado tem uma evolução tecnológica um pouco mais lenta, especialmente nas pequenas cidades.
📈 Microfranquias e Mobile: As grandes viradas de chave
A decisão de expandir veio após o Aiqfome receber uma proposta de compra de seu concorrente em 2014. Nessa hora, duas coisas se passaram na cabeça de Remigio:
- Eu tenho um bom negócio;
- Operar em apenas uma cidade é um risco.
Com o objetivo de crescer rápido, mas sem captar dinheiro com o mercado, a solução foi juntar o modelo super tradicional de franquia ao licenciamento de tecnologia. Além disso, o foco seria nas cidades do interior.
“A ideia básica era a seguinte,” explica o empresário. “Vamos abrir em Pato Branco. Ao invés de contratar um time para rodar lá, eu coloco um licenciado, que faz todo o trabalho comercial com os donos de restaurante e cuida da cidade como se fosse um city manager. Esse modelo foi se replicando.”
De fato, foi em Pato Branco que o Aiqfome teve seu primeiro licenciado, Renato Eufrásio, que, hoje, junto a sua equipe, atendem mais de 10 cidades pelo interior paranaense.
Quando comprou a licença, ele recebeu apenas uma imagem explicando como ele ganharia dinheiro, qual seria o seu papel e o do atendimento central da empresa, além de um documento no Word com a proposta comercial: um investimento inicial de R$ 5 mil.
Algo que ajudou o processo de expansão da empresa foi justamente a expansão de seus concorrentes.
Acontece que, à época, embora os grandes players só operassem em grandes centros, havia o interesse de pessoas do interior em trazer esses serviços para suas cidades. Então, quando procuravam essas grandes empresas, achavam o Aiqfome.
“Daí a gente falava: ‘olha, você vai esperar alguém que tem fundos por trás, que é dinheiro do exterior, e que, hoje, não tem nada a ver com o Brasil, chegar na sua cidade para digitalizá-la ou você quer ser o agente digitalizador da região’”, disse Remigio. “‘Você vai colocar um app de qualidade, resolver o problema que os restaurantes têm com entrega via telefone e manter uma comissão justa.’”
Por falar no app… Em 2014, eles lançaram a primeira versão. Então, além do site, você poderia fazer o pedido via celular, o que começou a trazer o cliente do desktop para o mobile.
- Segundo o CEO, a experiência do aplicativo do Aiqfome não perde nada para os grandes players, desde o tempo de resposta até a experiência do usuário.
Além disso, ele comenta que caso o usuário tenha um problema com algum pedido que atrasou, basta chamar no chat que ele será atendido em 30 segundos em média por alguém da central.
“A gente levou para o interior uma inovação que os caras iriam ter 6-7 anos depois,” disse o empresário. “Imagina a sensação dessas pessoas que, além de poder fazer um pedido de delivery de forma muito mais simples, podem pagar pelo app, sem ter que se preocupar com o troco na hora de receber o pedido.”
O resultado dessas ações: Em 2016, o Aiqfome já estava em 40 cidades e a empresa recebeu uma 2ª proposta de venda — que também não a aceitou.
📍 Adaptabilidade no marketing e fase atual
Se o foco da expansão era cidades do interior, com licenciados super locais, essa hiperlocalidade também foi mantida nas ações de marketing.
Em Tietê, por exemplo, o Aiqfome patrocina o time de crianças da cidade, os roxinhos. Em Barretos, a companhia está na praça de alimentação da festa do peão. E quem sabe dizer o que é melhor para a empresa é esse parceiro local.
Entre os meios de comunicação, embora não possam fugir do digital, com anúncios pagos em redes sociais, por exemplo, também fazem muito uso de coisas típicas do interior.
- Carros de som;
- Outdoors;
- Rádio local.
Fora isso, adaptaram o maior meio de comunicação do interior: a fofoca. Neste caso, os “fofoqueiros” são microinfluenciadores locais. Segundo o diretor de marketing, Marcelo Fernandes, por campanha, eles engajam mais de 300 influencers nas cidades pequenas.
Corta para 2019, o Aiqfome já chegou em mais de 100 cidades, com um faturamento de R$ 180 milhões. No ano seguinte, a empresa foi adquirida pelo Grupo Magalu, passo que os ajudou crescer em níveis ainda mais impressionantes. Os números não mentem.
- 2020 — faturamento de R$ 600 milhões;
- 2021 — faturamento de R$ 1,2 bilhão;
- 2022 — faturamento de R$ 1,3 bilhão.
Hoje, o Aiqfome é disparada a 2ª maior da categoria de delivery de comida e marca presença em cerca de 700 cidades, todas com no máximo 200 mil habitantes, com alguma que outra exceção. No futuro, eles pretendem alcançar municípios de 500 mil e até 1 milhão de pessoas.
São mais de 25 mil lojistas ativos. Além de restaurantes, a empresa já trabalha com supermercados, farmácias, pet shops e até gás de cozinha.
Ao todo, o Aiqfome tem 400 funcionários diretos e 287 licenciados.
🧍♂️🧍♀️ Quem está por trás desse negócio?
O Aiqfome foi fundada por Igor Remigio e Steph Gomides. Ao clicar, você vai ao LinkedIn deles.
Redação
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