Não estamos falando de Fórmula 1 — para isso, assine o the champs. risos. Estamos falando da competição global pelos semicondutores.

Semicondu… o quê? Os componentes elétricos responsáveis por fazer qualquer dispositivo eletrônico — de smartphones a carros — funcionarem.

Ou seja, um mercado realmente muito grande. Tão grande que as vendas globais estavam projetadas para superar os US$ 525 bilhões em 2023.

A cifra, entretanto, representa uma queda de 12% na comparação ano a ano.

Maaasss… Com a recuperação gradual da demanda por smartphones e a forte demanda por chips de IA, as vendas do segmento podem crescer mais de 20% em 2024. Huge.

Quem fica feliz com essa projeção é Taiwan. O território asiático — que a China diz ser seu — têm absurdos 68% da participação de mercado global, seguido por Coreia do Sul e Estados Unidos, ambos com “míseros” 12%.

Falando de players… Abaixo estão três números impressionantes da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), maior fabricante do mercado:

1. Responsável por mais de 60% dos chips usados no mundo inteiro;
2. Responsável por 90% dos chips usados em sistemas mais avançados.
3. Só no último trimestre de 2023, a empresa teve uma receita de quase US$ 20 bilhões.

Essa cifra só deve aumentar nos próximos anos. Isso porque a TSMC acabou de anunciar que vai receber US$ 11,6 bilhões do governo americano para um complexo em construção desde 2021 no estado do Arizona.

• O investimento total da companhia no local está estimado em mais de US$ 65 bilhões e vai ter, até o momento, 3 fábricas de chips.
• O projeto prevê a criação de mais de 25 mil postos de trabalho.

Essa é parte da estratégia da empresa de diversificar suas operações temendo (i) um possível conflito com a China e (ii) fenômenos naturais, como o recente terremoto que impactou suas operações em Taiwan.

Por outro lado, esse movimento da TSMC é um reflexo das intenções dos EUA de aumentar a produção doméstica de semicondutores — em 1990, a terra do Tio Sam tinha 37% do market share global.

No começo de 2023, o governo do vovô Biden autorizou o Chips Act, um processo de solicitação de subsídios à fabricação de semicondutores de US$ 53 bilhões.

Quem também deve estar de olho nesses subsídios é a Samsung. Na semana passada, a gigante sul-coreana disse que planeja mais que dobrar seu investimento total em semicondutores no Texas. 

🤑 O valor: Cerca de US$ 44 bilhões.

Já a Intel disse que seu investimento total nos EUA vai passar dos US$ 100 bilhões nos próximos cinco anos.

Ao lado da Samsung e da TSMC, a empresa é uma das únicas capazes de produzir os semicondutores vitais para AI e defesa nacional.

E onde fica o Brasil nessa história?

Em fevereiro, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com a Finep anunciaram o programa Mais Inovação que vai destinar R$ 100 milhões para “estimular a indústria nacional de semicondutores”.

Hoje, temos, por aqui, 11 empresas de semicondutores que, juntas, faturam R$ 5 bilhões por ano.

Já no final de março, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, disse que, olhando para a fabricação de chips dentro da América Latina, ele quer que o RS “seja foco disso”.

• A sul-coreana HT Micron, inclusive, já possui uma fábrica de chips no estado.

Para isso, foram disponibilizados R$ 70 milhões do orçamento para formação de professores e capital humano, visando deixar o ambiente mais propenso para que outras empresas do setor invistam no RS.

Looking forward: O Brasil, recentemente, abriu conversas com o governo de Biden para nos posicionar com um de seus fornecedores preferenciais na cadeia de suprimentos do segmento.