Feijão. Não é apenas um alimento básico, como faz parte da cultura e história de muitos países.

• O feijão-fava é supostamente uma das primeiras plantas cultivadas pelo homem;
• O feijão-preto, por sua vez, é nativo das Américas e uma figura frequente em pratos das culinárias latino-americana e crioula.

O segmento, inclusive, tem observado um crescimento. Em 2017, foram produzidas aproximadamente 34,6 milhões de toneladas de feijão no mundo, um aumento de 9% em relação ao ano anterior.

Para os próximos anos, a projeção é que o setor tenha uma taxa de crescimento anual (CAGR) de 3,8% e atinja US$ 9,9 bilhões em valor de mercado até 2032.

Entre os principais produtores do grão estão: Índia, China, Mianmar, México e, é claro, o nosso Brasil… Que também é um dos maiores consumidores.

Relembrando as aulas de história

A relação de amor entre Brasil e feijão é de centenas de anos, com o grão sendo consumido pelos povos originários antes mesmo da chegada os europeus.

• A comercialização, entretanto, iniciou-se pouco tempo depois da chegada portuguesa na recém-criada Salvador–BA.

A popularização do feijão veio somente no século XIX, período no qual foi ganhando mais versões de preparo, formas e complementos — foi nesse período, inclusive, que uma tal de feijoada apareceu no país.

No final do século, o grão já era produzido e bastante popular em todas as regiões.

Por falar em produção…

A plantação dele é fundamental para o agronegócio do Brasil e, ao ter um ciclo curto, os produtores conseguem até 3 safras em um período de 12 meses, dependendo do estado.

• 1⁠ª safra: período das águas (entre setembro e novembro)
• 2⁠ª safra: período da seca (entre janeiro e março)
• 3⁠ª safra: período de inverno (entre maio e julho) — época de maior produtividade.

Paraná e Minas Gerais concentram quase 50% da produção nacional. Entre os diferentes tipos, o feijão-carioca é mais popular entre os brasileiros, respondendo por mais de 65% do consumo nacional

Para 2024, considerando as 3 safras, estima-se que a produção de feijão ultrapasse as 3,3 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 9,7% em relação à temporada 2022/2023.

• A projeção traz uma sensação de alívio, principalmente porque, em dezembro, a safra 2023/2024 caminhava para ser a menor dos últimos anos.

Maaaass… Ao que parece, o que se produz por aqui não é suficiente para atender a demanda. A estimativa é que cerca de 100 mil toneladas sejam importadas este ano, um aumento de 17%.

Enquanto isso, na exportação… 🚢

O volume de vendas externas tem recuado bastante desde a alta atingida em 2021, quando o Brasil exportou 224 mil toneladas e movimentou mais de R$ 1 bilhão para o setor.

Um dos grandes motivos é que a Índia passou a aumentar sua produção interna — que atualmente é de 27 milhões de toneladas — para ter uma maior autonomia.

• Além disso, o país asiático consome uma variedade de feijão, especialmente o guandu, pouco produzido por aqui.

No entanto, a própria Índia deve aumentar seu consumo de 30 para 40 milhões nos próximos anos, o que apresenta uma nova oportunidade para o Brasil.

De olho nisso,estados como Mato Grosso já passaram a produzir e exportar feijões mais aceitos no mercado internacional.

Curiosidade: Na última atualização da famosa publicação internacional Taste of Atlas, o Brasil teve 3 pratos a base de feijão no TOP-10 mundial. Confira aqui.