A famigerada “guerra do streamings” tem sido um dos temas mais abordados nos últimos anos. É Netflix pra cá, Disney+ pra lá, e muitos tentando entender se HBO, HBO Max ou Max são o mesmo.

No meio desses gigantes, outro tipo de “canal” de streaming tem crescido silenciosamente: o FAST — free ad-supported television —, uma televisão gratuita, porém com anúncios.

O motivo? Além de oferecer uma programação semelhante à TV a cabo ou aberta — milhares de filmes, séries e até notícias —, os FASTs podem ser acessados praticamente em qualquer dispositivo.

O único “problema” é aguentar as publicidades, mas, até aí, devido ao constante aumento nos preços, muitos (incluindo o estagiário) passaram a assinar o plano com ads de Netflix e Disney+, por exemplo.

Mercado de bilhões

Em 2024, a receita global do segmento está projetada para superar os US$ 9 bilhões — até 2027, estima-se que o faturamento tenha uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de mais de 9%.

• Segundo especialistas, esse movimento ocorre à medida que os orçamentos de publicidade migram do linear para o streaming.

🇺🇸 Domínio dos EUA. São mais de 1.500 FASTs na Terra do Tio Sam, encabeçados pelas plataformas Pluto TV (da Paramount), Freevee (da Amazon) e Tubi (da Fox).

A Tubi, no entanto, não só tem tracionado mais que seus competidores diretos como possui uma maior audiência entre os americanos do que nomes como Max, Peacock, Paramount+ e Apple TV+.

A estratégia adotada pela empresa focou na personalização, espelhando-se nas principais plataformas. Alguns pontos abaixo:

• Destacar o conteúdo popular prestes a ser lançado;
• Permitir que os usuários possam fixar seu “conteúdo favorito” em canais, eliminando o tempo de busca.

O resultado: Crescimento de 17% em receita no segundo trimestre de 2023 e mais de 78 milhões de “assinantes”. Não à toa, o pessoal da Fox recusou uma oferta de US$ 2 bilhões pelo Tubi.

Além disso, o streaming também possui conteúdo original e está trabalhando para trazer novas produções voltados especificamente para a Geração Z.

Falando na Geração Z…

Os FASTs parecem ter entendido como esses telespectadores gosta de consumir televisão: como algo para colocar em segundo plano enquanto assistem a outras coisas. Os números não mentem:

• 48% da audiência do Tubi tem entre 13 e 30 anos.
• 45% da audiência do Pluto TV tem entre 13 e 30 anos.
• 48% da audiência do Freeve tem entre 13 e 30 anos.

O fator “grátis” também pesa muito, especialmente por que essa geração tende a priorizar mais o orçamento e, consequentemente, é mais cancelar a assinatura do streamings que menos consomem.

E, se tem Gen-Z, é claro que os YouTubers não iriam perder essa oportunidade.

🦁 O MrBeast, por exemplo, criou um FAST com a Roku Channel.

👬 A estourada dupla Rhett & Link, do canal “Good Mythical Morning”, possui um FAST no Philo

👨🏼‍🍳 Até o renomado chef brasileiro Alex Atala criou um FAST em parceria com a Tastemade.

⚽️ O Casimiro acabou de fechar um acordo com a Samsung TV Plus para ter um canal 24/7 no mesmo formato.

Looking forward: Ainda é difícil determinar quão longa será a vida dos FASTs, sobretudo vendo os grandes players focando mais em consolidação e ofertas mais “apetitosas” em seus planos com ads.

Por outro lado, empresas como a Amazon olham os FASTs com bons olhos. A BIG TECH recentemente anunciou um novo canal FAST interativo no Prime Video e no Freevee.

Projeção ousada: A Variety, renomada publicação na indústria do entretenimento, disse que os FASTs poderão substituir o streaming via assinatura como opção favorita de consumo até 2030.