Quando se fala sobre bandeiras de cartões, sejam eles de débito ou crédito, existem 3 marcas que dominam o mercado global: Mastercard, Visa e UnionPay — essa última está principalmente no oriente.

Juntas, elas são responsáveis por 96,8% de todas as transações com cartão de crédito no mundo.

Ainda assim, é possível dizer que, para a grande maioria, os nomes Visa e Mastercard são mais conhecidos, que travam uma “batalha” há muitas décadas pela maior fatia do mercado global.

Por ora, a Visa ainda reina em inúmeros aspectos como receita líquida e participação de mercado com base em transações de compra. Mas, nos últimos anos, as ações da Mastercard superaram as da concorrente.

Um dos principais motivos: Sua posição no mercado internacional, algo no qual a empresa tem como foco desde a década de 1980.

Senta que lá vem história 🛋

Observando como o mercado dos EUA estava próximo de atingir seu ponto de saturação, a empresa passou a realizar mais investimentos focados na internacionalização da marca.

• 1984: Lançou o Banknet, um sistema que tornou mais simples e seguro a autorização de transações globais;
• 1985: Comprou a Cirrus, maior empresa de caixas eletrônicos do mundo;
• 1986: Abriu seu escritório em Hong Kong, o primeiro da região;
• 1987: Tornou-se o primeiro cartão de crédito da China;
• 1988: Já havia emitido mais de 20 milhões de cartões no Círculo do Pacífico (formado por aproximadamente 39 países).

O resultado disso: Mais de 120 milhões de usuários no mundo.

O poder do reconhecimento de marca

Visando seguir ampliando seu reconhecimento global, a Mastercard se tornou patrocinadora oficial da Copa do Mundo de Futebol de 1990.

O evento foi um dos mais assistidos da história da televisão, atraindo estimados 26,5 bilhões de telespectadores não únicos ao longo do torneio, além de um público total in loco de 2,5 milhões.

Essa audiência gigantesca foi um dos principais fatores pelos quais a empresa decidiu patrocinar as edições de 1994, 1998, 2002 e 2006. Aqui um comercial da marca com o “Rei” Pelé.

Como consequência desse investimento, a Mastercard conseguiu aumentar a circulação e o uso dos cartões com sua bandeira, gerando receitas para si e para as instituições financeiras de sua rede.

Desde então, a empresa passou a patrocinar inúmeros outros eventos da indústria do entretenimento.

Mas, em 1997, a marca tomou uma de suas decisões mais ousadas: a campanha publicitária “Priceless”.

Os ads apresentavam uma lista de produtos e serviços com seus respectivos preços, seguida por algum aspecto intangível associado a viver bem, como brincar com os filhos, algo considerado “inestimável”.

No entanto, ao final de cada anúncio, entrava o que hoje é considerado um dos slogans mais memoráveis da história: “Existem coisas que o dinheiro não compra. Para todas as outras existe Mastercard”. Não se lembra? Confira abaixo.

Além do apelo emocional, a campanha alcançou clientes em uma variedade de canais, garantindo que a marca permanecesse relevante e fosse uma das principais na mente dos consumidores (top of mind).

Veiculada em praticamente todos os países e em 49 idiomas, a ação publicitária aumentou muito o reconhecimento da Mastercard e contribuiu para um crescimento significativo da empresa.

Para Raja Rajamannar, Chefe de Marketing e Comunicação da empresa, o conceito da “Priceless” é tão inclusivo, "que pode ir a qualquer lugar que quisermos”.

A campanha ganhou inúmeros prêmios e é considerada até hoje como uma das mais longevas e consistentes da história.