Quando o assunto é serviços de streaming, só há uma rainha: a Netflix e seus quase 270 milhões de assinantes espalhados pelos quatro cantos do mundo e seus bilhões em faturamento anual.

No entanto, seu maior competidor, levando em conta a fidelidade do cliente, não é nem Disney+, nem Prime Video, mas sim o Spotify.

Desde 2015, o número de assinantes globais que optam pelo plano premium — sem ads — da empresa sueca aumentou em todos os trimestres. Hoje, são 239 milhões.

Nos EUA, por exemplo, os ouvintes do Spotify são os menos propensos a cancelar suas assinaturas entre os principais serviços de streaming de vídeo ou áudio.

• Este ano, a taxa de rotatividade — o tal do churn — está em 2%, cifra igual a da Netflix no país.

Aí que entra um dos grandes diferenciais entre as duas empresas: o Spotify possui praticamente todas as músicas existentes em sua plataforma, algo que a empresa do tu-dum não consegue proporcionar.

Essa disponibilidade, inclusive, é talvez o principal fator pelo qual as pessoas assinam e cancelam um streaming de vídeo.

Além disso, é muito raro que uma pessoa pague por dois serviços de áudio. Afinal, todos possuem praticamente a mesma quantidade de conteúdo, com alguns oferecendo podcasts.

No entanto, essa falta de diferenciação é um dos grandes motivos pelos quais as plataformas de áudio tendem a não aumentar o preço com certa frequência.

Só que, por mais que isso ocorra, existe um “custo de troca” muito grande para os usuários, uma vez que muitos possuem dezenas ou centenas de playlists em seu serviço preferido.

Maaaas… Falando na competição entre os gigantes de áudio 🎧

Aqui entra o grande tema: As taxas de crescimento e cancelamento do Spotify são melhores que a de seus concorrentes.

Embora a gigante sueca esteja adicionando muitos usuários gratuitos em mercados da Ásia e do Oriente Médio, o número de assinantes premium tem crescido praticamente no mesmo ritmo nos últimos quatro anos.

Isso ainda é bastante notável quando consideramos a concorrência: o Spotify está tomando market share da Apple e da Amazon nos EUA.

Suas principais concorrentes ainda oferecem uma grande vantagem ao Spotify: ambas não tem o áudio como principal fonte de receita e os usam para reforçar que possuem ecossistemas mais amplos.

• Logo, não investem tanto em tempo ou recursos, mesmo com a Apple Music sendo a “dona” do Halftime Show do Super Bowl.

O áudio é o coração do negócio do Spotify e a empresa continua aumentando sua vantagem junto aos clientes. A mesma lógica, mas em vídeo, se aplica a líder Netflix.

Ambas foram pioneiras e, após um momento de preocupação com a concorrência, estão ampliando cada vez mais sua liderança.

Looking forward ⏭

A questão para o Spotify é se o seu crescimento será sustentável, especialmente no longo prazo, ou de que outra forma a empresa poderá crescer.

Vale lembrar que a empresa é o maior streamer de música do mundo, mas raramente obtém lucro, tendo superado 1 bilhão de euros em lucro bruto pela primeira vez na história este ano.

Por um lado, muitas de seus assinantes possuem planos familiares, o que significa que há uma pequena parcela de clientes inexplorados.

• Por outro, o Spotify investiu em podcasting e audiolivros e espera que isso lhe permita vender mais publicidade e aumentar seus preços.

Por falar em aumento de preços… A empresa subiu recentemente o valor dos planos premium para os americanos, o segundo aumento em menos de 12 meses.

O motivo, segundo a empresa: “para podermos continuar a inovar nas condições de mercado em constante mudança”.

Agora, é esperar e ver se e quando teremos novas mudanças nos demais 183 países em que a empresa está presente.