
Seria Warren Buffett o melhor investidor tech da história?
CASE
Seria Warren Buffett o melhor investidor tech da história?


(Imagem: Inc. Magazine)
O ano era 2016. Warren Buffett surpreendeu Wall Street ao anunciar um investimento de US$ 1,1 bilhão na Apple. O motivo? O “Oráculo de Omaha” sempre evitou empresas de tecnologia, pois mantinha uma posição de investir apenas em negócios que entendia profundamente.
Em 2012, inclusive, durante a assembleia geral anual da Berkshire Hathaway, ele disse que nunca compraria ações da Apple ou do Google porque "simplesmente não sabia como avaliá-los".
Na época, a empresa da maçã ainda não era a máquina de lucros que conhecemos hoje. Mas, como em tantas outras vezes, Buffett enxergou o que poucos viam: a Apple não era só uma empresa de hardware — era um império de marca, recorrência e lealdade.
O início de um relacionamento bilionário
Warren deu a dois de seus gestores, Todd Combs e Ted Weschler, a missão de encontrar uma ação dentro do S&P 500 — um dos principais índices da bolsa americana, que reúne as 500 maiores empresas dos EUA — com base em 3 critérios.
- 📉 Preço atrativo: o P/L (Preço sobre Lucro) deveria estar abaixo de 15. Esse indicador mostra quantos anos levaria para recuperar o investimento com o lucro da empresa — quanto menor, melhor.
- 📈 Previsibilidade de crescimento: era preciso ter pelo menos 90% de certeza de que os lucros da empresa cresceriam nos próximos cinco anos.
- 🚀 Potencial de valorização: a empresa precisava ter mais de 50% de chance de aumentar seus lucros, em média, 7% ao ano ou mais, por pelo menos cinco anos.
O resultado? Combs apontou a Apple — a mesma empresa que Weschler já vinha comprando por conta própria. Quando Buffett viu a coincidência e os números, decidiu agir.

Tudo começou de forma tímida, mas, ao final de 2016, a Berkshire elevou elevando seu investimento total na empresa da maçã para 57,4 milhões de ações — ou 1,09% do capital da empresa. Na época, esse total foi avaliado em mais de US$ 6,6 bi.
Por que a Apple?
Buffett não comprou só um produto. Ele comprou um ecossistema. Um conjunto de características que se encaixava perfeitamente em sua filosofia de investimento:
- Forte marca global: a Apple está entre as marcas mais valiosas do mundo;
- Alta fidelização: quem compra um iPhone dificilmente troca por outra marca;
- Margens robustas: mesmo vendendo menos unidades, a Apple gera lucros enormes;
- Reserva de valor: com montanhas de caixa (estimado em quase US$ 54 bilhões ao final de 2024), a empresa se autofinancia e distribui dividendos.;
- Poder de precificação: capacidade de aumentar preços sem perder clientes.
Não era apenas um bom negócio. Era, segundo Buffett, "provavelmente o melhor negócio que eu conheço no mundo". Ele chegou a comparar a fidelidade ao iPhone com a que consumidores tinham ao creme de barbear ou refrigerantes — mas em uma escala global e digital.
Em meados de 2018, a Berkshire acumulou 5% de participação na fabricante do iPhone, um investimento que custou US$ 36 bilhões. Em seu auge, essa participação chegou a valer US$ 178 bi em dezembro de 2023.
Nesse momento, a Berkshire já havia vendido mais de US$ 13 bi em ações da companhia e contabilizava dividendos exorbitantes da Apple, superiores a US$ 700 milhões por ano.
Em 2024, o conglomerado de Buffett vendeu dois terços de sua participação na empresa da maçã por cerca de US$ 90 bilhões — e sua posição remanescente vale atualmente cerca de US$ 60 bilhões.

Somando os ganhos realizados (US$ 13 bi + US$ 90 bi), o ganho não realizado (US$ 60 bi) e os dividendos (entre US$ 5 bi e US$ 6 bi), o montante total de dinheiro que a Apple rendeu à Berkshire está estimado em cerca de US$ 170 bi. Se subtrairmos os US$ 36 bi investidos, estamos falando de um ganho superior a US$ 130 bi.
Inclusive, Buffett já chegou a dizer ao vivo que Tim Cook, CEO da Apple, gerou mais dinheiro para a Berkshire do que ele. Confira aqui.
Takeaways ✍️
Buffett viu além do “produto” e entendeu que a Apple era uma empresa de fidelização emocional, com usuários que fazem fila por atualizações e que vivem dentro de um ecossistema fechado e desejado.
Ele não comprou ações. Comprou o privilégio de participar de uma máquina de engajamento que se reinventa a cada ano. Uma lembrança poderosa de que, em branding e negócios, a percepção pode valer mais que o produto tangível.
Detalhe: A Apple continua sendo a maior posição individual da Berkshire. Em entrevistas recentes, Buffett reforçou: "A Apple é nossa melhor empresa. E isso não vai mudar tão cedo."
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Redação
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