O escândalo por trás da promoção Monopoly do McDonald’s

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O escândalo por trás da promoção Monopoly do McDonald’s

Redação
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27 maio 2025Última atualização: 27 maio 2025
Monopoly do McDonald’s

(Imagem: The Dallas Morning News)

O ano era 1987. O McDonald's havia “reinventado” o mercado infantil com o Happy Meal (vulgo McLanche Feliz), mas agora queria algo maior — algo que mobilizasse adultos, jovens e famílias inteiras.

O movimento precisava ser simples, viciante e, claro, que vendesse hambúrgueres. A ideia surgiu ao transformar o Monopoly — o tradicional Banco Imobiliário — em uma promoção nacional.

📦️ Clientes recebiam selos ao comprar produtos. Quem completasse conjuntos como “Boardwalk” e “Park Place” poderia ganhar desde um cheeseburger grátis até prêmios milionários.

A campanha ativava todos os gatilhos certos: escassez, sorte, coleção e o desejo de “só mais uma tentativa”.

Foi um sucesso. Só nos EUA, a promoção aumentou as vendas em até 40%. Era o tipo de campanha que não só vendia mais, mas fazia o cliente voltar, repetir e desejar.

Maasss… Nem tudo são flores 👤

Por trás da euforia, começaria um dos maiores golpes da história do marketing.

Jerome Jacobson, chefe de segurança da Simon Marketing (empresa terceirizada responsável pela campanha), percebeu uma brecha no processo: ele tinha acesso direto aos bilhetes premiadose decidiu usá-los para enriquecer.

O esquema começou pequeno. Jerome desviava selos valiosos e os repassava a conhecidos em troca de uma comissão. Mas logo escalou para algo muito maior — uma rede criminosa organizada. Entre os “laranjas” escolhidos para fingirem ser ganhadores, estavam:

  • 👨‍👩‍👧‍👦 Uma família mórmon
  • 🔮 Um médium da Flórida
  • 💼 Empresários ligados a atividades mafiosas

Cada “ganhador” recebia um prêmio de até US$ 1 milhão e repassava de até US$ 50 mil de volta a Jerome. O esquema durou 12 anos e desviou cerca de US$ 24 milhões da promoção Monopoly.

Em 2000, uma denúncia anônima ao FBI mudaria tudo 📞

A operação foi batizada de “Final Answer”. Os agentes instalaram escutas, rastrearam ligações e passaram a observar padrões entre os ganhadores.

(Imagem: Chicago Sun Times)

As conexões eram muito suspeitas. Em alguns casos, ganhadores moravam na mesma cidade ou tinham parentesco direto.

Durante mais de um ano, o FBI mapeou a rede. Em 2001, a investigação culminou na prisão de mais de 50 pessoas, incluindo Jerome. Ele foi condenado a 3 anos de prisão e obrigado a devolver mais de US$ 12 milhões.

A ironia é que o caso foi divulgado nacionalmente em 10 de setembro de 2001um dia antes dos atentados de 11 de setembro. O escândalo foi rapidamente engolido pelo noticiário, mas deixou marcas profundas dentro da empresa.

Mas o Méqui não se abalou

A empresa poderia ter enterrado a promoção, mas fez o oposto: reforçou auditorias, blindou o processo logístico e reestruturou toda a operação com novos fornecedores e selos criptografados. Entre 2003, ano em que a promo voltou, e 2011, o Méqui produziu 4,2 bilhões de peças de jogos.

Em 2024, o Monopoly do McDonald’s permaneceu ativo em países como Reino Unido, Austrália e Canadá, utilizando uma combinação de cartelas físicas, QR codes, sorteios digitais e monitoramento em tempo real.

O que era para ser um jogo virou caso de políciae depois, caso de branding. O McDonald's conseguiu reverter o maior escândalo da sua história sem “matar” a campanha.

(Imagem: Business Insider)

Takeaways ✍️

O caso do Monopoly ensina que nem as campanhas mais brilhantes estão livres de falhas internas. Basta um elo fraco — como Jerome — para desmoronar a confiança de milhões.

Mas também demonstra a força das marcas que sabem reagir. O McDonald's transformou um escândalo em oportunidade: reconstruiu processos e manteve vivo um ícone da cultura pop.

No fim, o Monopoly virou mais do que uma promoção. Virou um símbolo — com uma história real que inspirou até um roteiro para a série McMillions, da HBO. Assista ao trailer.

Redação

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