Low-cost: O modelo que chacoalhou o setor aéreo

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Low-cost: O modelo que chacoalhou o setor aéreo

Redação
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14 novembro 2024Última atualização: 14 novembro 2024
Spirit: companhia aérea low-cost

(Imagem: MarketWatch)

A indústria aérea nunca foi tão grande como nos dias atuais: provável receita total de US$ 964 bilhões em 2024. O interessante é que boa parte disso vem do aumento das cias aéreas de baixo custo. Os números não mentem…

  • Em 2019, essas empresas transportaram cerca de 1,4 bilhão de passageiros ao redor do globo aproximadamente 31% do total.
  • Hoje, as low-cost carriers (LCCs) operam 30% de todos os voos regulares.

Ainda assim, muitos se perguntam como essas companhias conseguem oferecer preços tão acessíveis.

Senta que lá vem história 🛋

Em 1949, a americana Pacific Southwest Airlines implementou pela primeira vez o modelo de negócios de baixo custo.

(Imagem: CNBC)

Nos anos 70, esse modelo foi aperfeiçoado pela Southwest Airlines, que oferecia viagens baratas entre várias cidades do Texas. 

Entre 1980 e 2000, a indústria aérea low-cost registrou um crescimento acelerado no mundo, consequência de uma classe média com um poder aquisitivo cada vez maior, mas ainda preocupada com o orçamento. Com isso, foram surgindo mais players:

  • 🇲🇾🇮🇳 Ásia: AirAsia e IndiGo;
  • 🇺🇸 EUA: Spirit Airlines, Allegiant e Frontier; 
  • 🇬🇧🇮🇪🇭🇺 Europa: Easyjet, Ryanair e Wizz Air.
(Imagem: Simple Flying | Aero Icarus)

Como funcionam as LCCs?

Em primeiro lugar, para poder oferecer passagens com custos baixos, essas companhias aéreas precisam limitar as regalias oferecidas — nada de internet, nem entretenimento a bordo.  

Outra prática comum nas LCCs é o “unbundling”, disponibilizando tarifas baratas, mas cobrando por complementos como seleção de assento e despacho de bagagem — que, somados, podem custar mais do que a passagem.

A estratégia traz alguns benefícios fiscais. Nos EUA, por exemplo, existe um imposto federal de consumo de 7,5% que as companhias aéreas devem pagar em todos os voos, mas não se aplica a quaisquer taxas adicionais opcionais.

  • Assim, quando você compra uma passagem de US$ 100, incluindo bagagem despachada e seleção de assento, a empresa ainda precisa pagar US$ 7,50 de imposto sobre esses US$ 100. 
  • No entanto, se você comprar uma passagem de US$ 50 e depois pagar US$ 50 para despachar a bagagem e escolher seu assento, o imposto será apenas sobre os US$ 50 do ticket aéreo.

Além disso, a chave para o sucesso de uma companhia aérea low-cost é o forte controle de custos operacionais. Tanto que a maioria dessas LCCs opera frotas com apenas um modelo de avião, o que agiliza treinamento e manutenção. 

(Imagem: PYOK)

As LCCs também tendem a voar para aeroportos menores e com menos tráfego, onde conseguem negociar melhores tarifas de utilização do local.

EUA vs Europa

As companhias aéreas low-cost são mais competitivas em voos curtos, o que faz da Europa o playground perfeito para elas.

  • Existem muitos mais aeroportos secundários no Velho Continente;
  • Existem mais companhias aéreas operando na Europa, o que torna a concorrência aérea mais robusta.

Não à toa, de 2011 a 2023, as passagens da irlandesa Ryanair têm sido mais baratas em comparação com as da Frontier, Allegiant e Spirit. Até porque as americans têm lutado com a alta dos custos, por conta da intensa concorrência com as grandes cias.

Para piorar ainda mais a situação, neste ano, houve um boost na demanda por viagens internacionais entre os estadunidenses.

O resultado disso: Nesta semana, a Spirit Airlines declarou que deve entrar com um pedido de recuperação judicial — que pode indicar uma tendência do segmento nos EUA.

Enquanto isso, no Brasil… 🇧🇷

(Imagem: UOL Economia)

Uma das últimas expoentes desse segmento foi a ITA Transportes Aéreos, aerolinha da Itapemirim. Fundada em 2020, a empresa chegou a vender passagens até 65% mais baratas do que Azul, Gol e Latam.

No entanto, após cancelar todos os seus voos no Natal do ano seguinte, a justiça de São Paulo decretou a falência da LCC em julho de 2023.

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