
Como a Disney economizou US$ 570 milhões em Star Wars
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Como a Disney economizou US$ 570 milhões em Star Wars


(Imagem: Collider)
O ano era 2012. A Disney acabava de desembolsar US$ 4 bilhões para comprar a Lucasfilm — a empresa por trás de Star Wars. Era um movimento ousado, mas a conta era pesada.
A missão agora era clara: transformar essa aquisição em lucro real. Só que, para isso, eles precisavam de algo mais do que sabres de luz — precisavam de uma estratégia financeira intergaláctica. E a encontraram no Reino Unido.
Uma jogada digna de um Mestre Jedi
No mesmo ano da compra da Lucasfilm, a casa do Mickey anunciou uma nova trilogia, incluindo os episódios VII, VIII e IX. Como se isso não fosse motivo suficiente para entusiasmar os fãs de Star Wars, a Disney ainda fez o seguinte:
Trouxe parte do elenco original — Carrie Fisher (Princesa Leia), Mark Hamill (Luke Skywalker) e Harrison Ford (Han Solo) — e os juntou aos estreantes Daisy Ridley e John Boyega.

Ou seja, o Episódio VII, que seria lançado em 2015, já tinha todas as características de um épico antes mesmo de as câmeras começarem a filmar.
No entanto, para garantir que o filme realmente fosse um sucesso — e trouxesse o retorno necessário para compensar produções menos lucrativas —, a Disney não mediu esforços e investiu mais de US$ 530 milhões para produzi-lo. O longa foi o mais caro já feito.
Mas a genialidade não veio dessa decisão. Em vez de gravar o novo filme nos estúdios tradicionais de Hollywood, a casa do Mickey transferiu toda a produção para o Reino Unido.
O motivo? Um programa do governo britânico chamado Audio-Visual Expenditure Credit (AVEC) — que reembolsa até 25,5% dos gastos elegíveis de uma produção realizada no país.
Com a exigência de que ao menos 10% do orçamento fosse gasto na terra do chá — e com a criação de uma entidade jurídica local para cada projeto —, o programa se tornava um verdadeiro paraíso fiscal para produções de grande porte. Assim, Star Wars permaneceu “por lá”.
A cada novo filme ou série, a Disney criava uma empresa específica no Reino Unido — e, com isso, tornava públicos os números por trás dos bastidores.
O resultado: os custos de produção de 7 projetos da saga Star Wars no Reino Unido, após a aquisição da Lucasfilm, ficaram em torno de US$ 3,2 bilhões. Mas, com a ajuda do AVEC, esse valor caiu para US$ 2,6 bilhões. Ou seja, a casa do Mickey recuperou incríveis US$ 570,4 milhões — quase R$ 3 bilhões.

Lucro para a Disney. Empregos para o Reino Unido.
Na bilheteria, os filmes arrecadaram US$ 4,2 bilhões. Após descontar os custos (já reduzidos), sobrou um lucro estimado de US$ 1,04 bilhão. Sem o incentivo britânico, esse valor teria sido cortado quase pela metade.
Mas não foi só a Disney que saiu ganhando. Em 2019, as produções audiovisuais movimentaram mais de US$ 10 bilhões na economia do Reino Unido e criaram quase 70 mil empregos.
Mesmo durante as greves de roteiristas e atores em 2023, o Reino Unido se manteve ativo. Quase 80% dos gastos com produções locais vieram de estúdios estrangeiros — com a Disney liderando esse fluxo.
A casa do Mickey, inclusive, prometeu investir mais US$ 5 bilhões na região nos próximos cinco anos.
AVEC: o crédito que está mudando o jogo
O AVEC não é apenas um “desconto” — é uma peça estratégica que reposicionou o Reino Unido como um dos polos criativos mais importantes do cinema global.
- Em vez de depender de subsídios pontuais, criou uma política previsível e transparente — o que deu segurança para gigantes como Disney, Warner e Netflix planejarem décadas de conteúdo.
O modelo é tão eficiente que outros estados americanos, como a Califórnia, começaram a expandir seus próprios programas de incentivo para evitar a fuga de produções.
🐭 Já a Disney aproveitou ao máximo. Além de Star Wars, a empresa gravou 17 produções da Marvel e 13 remakes live-action no Reino Unido — todos com apoio do AVEC.

Em 2024, incluindo filmes, atrações e produtos como brinquedos e videogames, a Disney sugeriu que a Lucasfilm gerou quase US$ 12 bilhões em valor para a empresa — um retorno sobre o investimento de 2,9x. A Lucasfilm também inclui a franquia Indiana Jones.
Looking forward 🔮
Mas um novo capítulo está por vir: The Mandalorian & Grogu, previsto para 2026, e uma nova trilogia em desenvolvimento.
Além disso, a Disney e a Epic Games estão fortalecendo sua parceria com um novo mundo jogável de Star Wars e a estreia de um novo desenho animado dentro do Fortnite.
- PS: Aos fãs da franquia, desejamos um feliz Star Wars Day no próximo dia 04/05 — “May the 4th Be With You”.
- PS(2): Desde o dia 24/04, a Disney relançou o filme A Vingança dos Sith nos cinemas brasileiros para comemorar os 20 anos do longa.
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Redação
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