
BeReal: De mais de 70 milhões de usuários ao esquecimento
CASE
BeReal: De mais de 70 milhões de usuários ao esquecimento


(Imagem: eMarketer)
O ano era 2020. O francês Alexis Barreyat, ex-funcionário da GoPro, estava frustrado com a “cultura da perfeição” nas redes sociais.
Junto a seu colega Kévin Perreau, ele resolveu criar um app focado em autenticidade e originalidade — um verdadeiro anti-Instagram. Não à toa, recebeu o nome de BeReal (seja verdadeiro).
A premissa era simples: uma vez por dia, em um horário aleatório, os usuários recebiam uma notificação para postar uma foto em até dois minutos.
A captura usava as câmeras frontal e traseira ao mesmo tempo.
Sem filtros, sem edições e sem tempo para produzir o clique perfeito.
Lançado discretamente no final de 2020, o crescimento inicial do aplicativo foi lento, focado em embaixadores universitários na França.
O ponto de virada aconteceu em 2022

Impulsionado por vídeos virais no TikTok, o aplicativo explodiu globalmente, tornando-se um verdadeiro fenômeno cultural.
O app forçava a espontaneidade: você não podia ver as fotos dos seus amigos antes de postar a sua. E, se postasse fora do tempo, recebia a etiqueta de “late”, por não ter sido rápido o suficiente.
No auge, o BeReal alcançou mais de 70 milhões de usuários ativos e captou milhões de dólares em investimentos de firmas como a16z e outras.
Mas a diversão virou obrigação…
E a novidade passou rápido. O que antes era uma brincadeira diária virou uma tarefa irritante, e a notificação aleatória passou a ser inconveniente.
A psicologia por trás do app começou a falhar. Em vez de recompensar o engajamento, o BeReal punia quem não seguia suas regras.
Essa sensação de controle gerou atrito com a Geração Z, um público que detesta seguir ordens rígidas.
Enquanto isso, a empresa — focada 100% no crescimento — não desenvolveu um plano de monetização. Sem receita, vivia apenas do dinheiro dos investidores.
Spoiler: não deu certo. No pico, a empresa não soube evoluir, não adicionou recursos de retenção e viu seu número de usuários ativos despencar.

A salvação veio com uma venda 💰
Em junho de 2024, veio a notícia de que o BeReal havia sido adquirido por €500 milhões pela Voodoo, uma startup francesa de jogos casuais.
O valor foi menos pelo negócio em si e mais pela base de dados e pelo canal direto com a Geração Z — agora à disposição da empresa francesa.
Por sinal, a Voodoo é conhecida por suas práticas de monetização agressivas em jogos mobile, o que levanta dúvidas sobre o futuro do BeReal.
Takeaways ✍️
A história é um lembrete de que, no mundo da tecnologia, uma boa ideia não é suficiente sem um modelo de negócios sustentável.
- Apesar da viralização inicial, a queda do BeReal mostra que a novidade sozinha não sustenta um produto no longo prazo.
Além disso, o app ignorou princípios básicos de comportamento do usuário, apostando em funcionalidades punitivas e restritivas — o que criou atrito e afastou o público que o abraçou no início.
Para fechar com chave de ouro, a monetização ficou em segundo plano, causando uma dependência exclusiva de capital de risco, sem um caminho claro para receita, e perdendo o timing para isso.
PS: Este case lembra muito o de outra rede social: o Vine, que explodiu com uma premissa única, mas não conseguiu se adaptar nem monetizar. Relembre aqui os 10 vines mais populares de todos os tempos.

Redação
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