A decisão que gerou o pior pesadelo da história da Kodak

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A decisão que gerou o pior pesadelo da história da Kodak

Redação
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20 fevereiro 2025Última atualização: 20 fevereiro 2025
Kodak

(Imagem: The Independent Photographer)

Durante a maior parte do século 20, a Kodak foi sinônimo de fotografia. Em 1976, a empresa foi responsável por 85% da vendas de câmeras nos EUA e faturava bilhões anualmente.

Seus produtos capturaram memórias familiares, momentos históricos e eventos que mudaram o mundo. Eles eram imparáveis… Ou assim parecia. 

O problema começou em 1975.

Steven Sasson, um jovem engenheiro da Kodak, criou um dispositivo inovador: a primeira câmera digital do mundo. Ela era grande e pesada, capturava imagens em preto e branco e as armazenava em fitas cassete. 

(Imagem: Kodak Archive)

No entanto, seus chefes não ficaram impressionados. Quando Sasson apresentou a sua invenção, os executivos da Kodak disseram: “Que bonitinho, mas não conte a ninguém sobre isso.

O motivo? Eles temiam que a fotografia digital canibalizasse seu negócio de filme, que representava a maior parte de sua receita. Então, eles “enterraram” a ideia

A Kodak não estava errada sobre o potencial da fotografia digital. Na década de 1990, empresas como Sony, Canon e Fujifilm adotaram a tecnologia, e as câmeras começaram a ficar menores, mais rápidas e melhores.

Enquanto isso, a Kodak estava presa. Eles tinham a tecnologia, mas tinham medo de se disruptar.

Corta para os anos 90...

Em 1991, quatorze anos depois de obter a patente da primeira câmera digital do mundo, a empresa lançou o sistema de câmera digital (foto abaixo). O problema é que, naquela época, o mercado estava ficando lotado.

(Imagem: Swiss Camera Museum)

Contudo, a investida da Kodak no digital estava com força total. Em 1993, a empresa já havia investido US$ 5 bilhões em pesquisas e desenvolvimento de imagens digitais. O resultado?

  • Em 1996, sua receita foi de US$ 16 bilhões;
  • No mesmo ano, seu valor de mercado alcançou os US$ 31 bi, colocando-a com a 5ª empresa mais valiosa do mundo.
  • Já em 2005, a empresa era a marca de câmeras digitais mais vendida nos Estados Unidos.

Maaassss… Entre 1996 e 2012, a Kodak cometeu mais um grande erro. Sua estratégia de negócios baseou-se na falsa suposição de que as pessoas queriam cópias impressas de suas fotos.

O pior ainda estava por vir 📱

Em 2001, a Kodak lançou sua linha Easyshare de câmeras automáticas, em que as pessoas, com o toque de um botão, teriam suas fotos prontas para serem enviadas por e-mail ou impressas. Veja o comercial abaixo.

https://www.youtube.com/watch?v=-fi0dbgVcVw

Embora os consumidores as adorassem, esses tipo de itens logo se tornaram comoditizados. Ou seja, não existiam diferenças entre os produtos x e y além do custo. Com isso, a Kodak lutou para obter lucro.

  • No mesmo ano, a empresa comprou um site de compartilhamento de fotos chamado Ofoto e o renomeou para EasyShare Gallery. 

Corta para 2007… Com o lançamento do iPhone e a ascensão dos smartphones com câmera integrada, as pessoas deixaram de imprimir fotos e passaram a publicá-las nas redes sociais. E a Kodak poderia ter se adaptado. 

Com o EasyShare Gallery, ela poderia ter sido a pioneira de uma nova categoria na qual as pessoas poderiam compartilhar fotos, atualizações pessoais e links para notícias e informações… Poderia.

  • Se tivesse renomeado o Ofoto para Kodak Moments e adotado o seu slogan histórico de compartilhe memórias, compartilhe vida”.
  • Com isso, talvez, em 2010, pudesse ter atraído um jovem engenheiro do Google chamado Kevin Systrom para criar uma versão mobile do site em vez de “deixá-lo” fundar um tal de Instagram

Mas os “se” não existem. A realidade é que a Kodak usou o Ofoto para tentar fazer com que mais pessoas imprimissem imagens digitais. Em 2012, após anos de luta, a Kodak entrou com um pedido de recuperação judicial.

Detalhe: Em abril daquele ano, ela acabou vendendo a Ofoto para Shutterfly por menos de US$ 25 milhões. No mesmo mês, o Facebook comprou o Instagram por US$ 1 bilhão

Takeaway 

Embora o fracasso na comercialização da câmera digital tenha sido o fator que levou a Kodak ao caminho da falência, talvez o seu pior erro tenha sido a crença de que as pessoas ainda tinham o mesmo desejo por cópias impressas de suas fotos no começo do novo milênio. 

O fracasso da Kodak em adotar a câmera digital é uma lição sobre o poder do mercado. Nenhuma empresa pode resistir à mudança e você tem que se adaptar, mesmo que isso signifique competir consigo mesmo.

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